O surgimento das plataformas de streaming como Spotify, Deezer, Apple Music e tantas outras transformou a indústria musical. Além de facilitarem o acesso à música pelos ouvintes e consumidores, elas criaram novos desafios e oportunidades para artistas e compositores de lançarem suas música as para op mundo sem a necessidade de uma gravadora musical.
Mas como funciona, de fato, a remuneração para aqueles que criam e interpretam as músicas? Vamos explorar os detalhes técnicos por trás do sistema de royalties no streaming.

O Modelo de Negócio das Plataformas de Streaming
As plataformas de streaming operam em dois pilares principais de receita:
- Assinaturas Pagas: Representam a maior fatia da receita. Os usuários pagam uma mensalidade para ter acesso ilimitado, sem anúncios, e com qualidade de áudio superior.
- Publicidade: Para usuários gratuitos, a receita vem de anúncios em áudio ou vídeo reproduzidos entre as músicas.
Essas receitas são combinadas e divididas entre os detentores dos direitos musicais envolvidos e as plataformas, após dedução de custos operacionais.
Como os Royalties São Calculados e Divididos?
Os royalties gerados pelo streaming são divididos entre vários participantes:
- Plataforma de Streaming: Retém de 25% a 30% do total arrecadado para cobrir seus custos e obter lucro.
- Gravadoras: Dependendo do contrato, recebem uma porcentagem significativa. Em muitos casos, elas repassam uma parte aos artistas intérpretes.
- Artistas Intérpretes: Recebem royalties com base em acordos com suas gravadoras ou diretamente da plataforma, se forem independentes.
- Compositores e Editoras: Recebem royalties por meio de direitos autorais relacionados à composição e publicação da música.
Fatores Técnicos que Impactam os Royalties:
- Modelo Pró-Rata de Divisão:
O modelo mais comum utilizado é o “pró-rata”, no qual o total de receita é dividido proporcionalmente ao número de streams de cada música.
- Exemplo: Se 1 bilhão de streams foram reproduzidos globalmente em um mês e sua música obteve 1 milhão de streams, você receberá uma fração correspondente a 0,1% do montante destinado aos direitos.
- Divisão Entre Direitos de Execução e Mecânicos:
Os royalties são separados em:
- Direitos de Execução Pública: Pagos por cada reprodução ao compositor e editor, coletados por associações como ASCAP, BMI (EUA) ou ECAD (Brasil).
- Direitos Mecânicos: Gerados pela reprodução da música em plataformas digitais e distribuídos proporcionalmente.
- Mercado Local:
O valor pago por stream, assim como o tipo de arrecadação, varia entre países, dependendo da receita gerada pela plataforma naquele mercado. O volume assim como os acordos em contratos entre as editoras dentro dos chamados de “convênios”, são diferentes em cada país.
- Streams Pagos vs. Gratuitos:
Streams vindos de assinantes premium geram mais royalties do que streams de usuários do plano gratuito, já que a receita de assinaturas é maior do que a de anúncios. Respectivamente, o repasse dos royalties acompanham essa diferença.
Exemplo: Um não assinante de uma plataforma musical, por varias vezes acaba obrigado a escutar músicas que não escolheu ouvir, e essa não espontaneidade na seleção também impacta no valor.

Quanto um Artista Ganha por Stream?
O pagamento por stream não é fixo e varia de acordo com a plataforma e as condições de mercado. Uma estimativa média é:
- Spotify: US$ 0,003 a US$ 0,005 por stream.
- Deezer: US$ 0,004 por stream (aproximadamente).
- Apple Music: US$ 0,01 por stream (maior que a média).
Isso significa que, para ganhar US$ 1.000, um artista precisa de cerca de:
- 250.000 a 330.000 streams no Spotify.
- 100.000 a 250.000 streams no Apple Music.
Desafios no Modelo Atual
- Modelo Pró-Rata vs. Modelo Centrado no Usuário:
- No modelo pró-rata, o montante arrecadado é distribuído com base em streams gerais, beneficiando os artistas mais populares.
- No modelo centrado no usuário (proposto por algumas plataformas como o Tidal), os royalties seriam calculados com base no consumo individual de cada usuário, favorecendo artistas independentes.
- Intermediários na Cadeia:
- Gravadoras e editoras muitas vezes recebem uma fatia significativa, deixando os artistas com uma parcela menor.
- Artistas independentes, por outro lado, podem reter uma maior parte dos royalties ao utilizar distribuidoras digitais.
- Baixa Remuneração por Stream:
- Mesmo com milhões de streams, a renda gerada muitas vezes não é suficiente para sustentar um artista. Por isso, muitos dependem de outras fontes de receita, como shows, merchandising e parcerias.
Como Maximizar os Ganhos no Streaming?
- Escolha da Distribuidora Certa: Plataformas como TuneCore, CD Baby e DistroKid permitem que artistas independentes retenham até 100% dos royalties.
- Engajamento com a Audiência: Conecte-se diretamente com os fãs por meio de redes sociais e campanhas criativas para aumentar os streams.
- Playlisting: Conseguir espaço em playlists populares (editoriais ou colaborativas) é uma das formas mais eficazes de aumentar a visibilidade e os streams.
- Parcerias Estratégicas: Trabalhe com editoras ou agentes que possam ajudar na colocação de músicas em filmes, séries e comerciais.
As plataformas de streaming são, sem dúvida, uma porta de entrada para alcançar milhões de ouvintes em todo o mundo, mas compreender os detalhes técnicos por trás da remuneração é fundamental para tirar o melhor proveito desse modelo. No Song4Art, acreditamos que a música pode mudar vidas, e nosso objetivo é ajudar você, cantor ou banda, a encontrar as composições certas para brilhar nesse mercado competitivo.